sexta-feira, 30 de agosto de 2019

FORMAÇÃO FREI FAUSTINO 30 E 31/08


CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
A Eucaristia é  “fonte e ápice da vida cristã e  eclesial” (SC 10, LG 11).  A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus, encontram realização e significado na Eucaristia.
1.  Dimensões da Celebração Eucarística.

2.  A Eucaristia é louvor e a ação de graças a Deus por suas obras maravilhosas da criação, da redenção em Cristo e da santificação da humanidade no Espírito Santo.
3.  A Eucaristia é CEIA  do Senhor que sela a nova e eterna aliança na entrega total de Cristo na cruz. A Eucaristia é banquete, ceia de comunhão – a meta da Eucaristia é sempre a COMUM-UNIÃO. A Eucaristia é ceia, mistério de comunhão. “A Eucaristia   é o verdadeiro Banquete, onde Cristo   se oferece como alimento” (Ecclesia de Eucharistia , n. 16) Na eucaristia comungamos: com Jesus; com os nossos semelhantes; com a natureza; com a criação divina.
4.  A Eucaristia é memorial do SACRIFÍCIO DE JESUS. Da entrega, doação na Cruz.  A comunidade reunida, comendo e bebendo, faz memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A eucaristia é o “memorial da Páscoa do Senhor”. Quando celebramos a Eucaristia, fazemos o memorial dessa Páscoa => da morte para a vida.  A missa é uma ação ritual que nos faz participar, através de gestos e sinais (sacramentalmente), do mistério pascal de Cristo.
5.  A missa é uma ação simbólica. É uma ação feita em gestos e palavras, uma refeição comunitária (comida e bebida) em nome de Jesus, que torna presente o mistério de sua morte e ressurreição.  É uma reunião festiva, um encontro de comunhão e não uma simples reza ou devoção particular.
6.  A missa é uma ação ritual.  O ritual da MISSA é constituído por diferentes ritos – é um conjunto de ritos.  Ela tem suas normas e orientações (rubricas) para serem observadas e garantir sua verdade. Ação ritual ao serviço do tornar presente, vivo e atuante o Cristo Ressuscitado. O ritual está a serviço do nosso encontro com o Senhor.   Da última ceia de Jesus até hoje, fazemos basicamente a mesma coisa: comemos e bebemos juntos, dando graças a Deus em nome de Jesus e no Espírito Santo, fazendo memória da Páscoa do Cristo!
7.  Requer um digno espaço. A celebração eucarística, como reunião festiva e encontro com o Senhor, requer um espaço digno para sua realização. Elementos do espaço celebrativo:  o  lugar da assembleia, o altar; a mesa da Palavra;; lugar da presidência.
8.  Ação celebrativa preparada: A missa é uma celebração a ser preparada. Não existe missa pronta. Ela necessita ser preparada com carinho e empenho artístico e espiritual. Existem diferentes formas de preparar uma celebração. O importante é preparar e não simplesmente improvisar. Existem diversos métodos de preparar a celebração.

2. CELEBRAÇÃO  DA  EUCARISTIA
A celebração eucarística constitui-se de duas partes fundamentais:  Liturgia da Palavra (mesa da palavra) Liturgia Eucarística (mesa eucarística) Além disso: os ritos iniciais e finais;
2.1. Ritos Iniciais (acolhida); Os ritos iniciais são um conjunto de vários elementos: a acolhida, o canto de entrada (a procissão), o beijo do altar, sinal da cruz e a saudação, o ato penitencial, as invocações do “Senhor, tende piedade de nós”, o canto do glória. oração inicial ou oração da coleta.
2.2. Finalidade dos Ritos iniciais: Transformar indivíduos em povo celebrante, sacerdotal, assembleia orante, corpo de Cristo animado pelo Espírito Santo, disposto ao encontro pascal e libertador com o Deus vivo e verdadeiro. Os ritos iniciais marcam a passagem das atividades cotidianas à ação simbólica – celebrativa dos mistérios da fé
2.3.A atitude básica dos ritos iniciais é de ACOLHIDA alegre e afetuosa. De nada adianta executar todos os elementos rituais, se não se criar um ambiente acolhedor, fraterno e ao mesmo tempo, de recolhimento e de oração, de alegria pelo encontro com o Senhor. Quem nos acolhe é o próprio Deus no gesto dos recepcionistas.
2.4. Após o ensaio de cantos, é conveniente convidar as pessoas presentes a entrarem em clima de silêncio e sintonia. O canto de um refrão ou o gesto de acender a vela ao lado do altar nos convoca a iniciarmos a ação que atualiza e nos faz mergulhar na Luz de Cristo Ressuscitado.
2.5. A procissão de entrada significa o deslocamento interior a ser realizado:  do espaço externo, profano, da vida cotidiana ao altar da celebração. Ação ritual que expressa o caminhar do povo dos batizados convergindo para o altar, unidos a Cristo. Expressão simbólica do Deus que nos congrega em Cristo pela força do Espírito.
2.6.O canto inicial acompanha a procissão da entrada. Suas funções são: Abrir ou iniciar a celebração; Imprimir sentido festivo à celebração; Conectar os participantes ao sentido do tempo litúrgico ou da festa celebrada; Acompanhar a entrada da procissão; Criar clima de comunhão fraterna.
2.7.A saudação ao altar, mais do que uma simples atitude ritualista e fria, expressa relação cordial com AQUELE a quem o altar representa: Jesus Cristo. O beijo ao altar exprime o amor e respeito pela mesa do Senhor, a mesa que atualiza a aliança celebrada e do banquete da vida.
2.8.O sinal da cruz que abre a celebração eucarística é o mesmo que nos marcou no Batismo. Como batizados pertencemos ao povo dos seguidores de Cristo; formamos o povo sacerdotal que se encontra para beber da “fonte  da vida cristã” - a Eucaristia. Na assembleia litúrgica, encontramo-nos como povo dos batizados, que se reúne para celebrar, em “nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!”
2.9. Saudação de quem preside: a saudação expressa que a comunidade reunida é sinal da presença do Senhor. Mostra a relação da assembleia com a Trindade, na paz e no amor do Cristo Ressuscitado. A resposta da assembleia revela o porquê  está reunida: para dar graças a Deus, por suas maravilhas. Ela bendiz a Deus que a congregou no seu amor. Louva ao Senhor porque em cada celebração oferece algo novo para a vida e a convivência de cada dia.
2.10. O ato penitencial expressa nosso “apresentar-se (reconhecer-se) pequenos diante da grandeza de Deus, reconhecendo sua misericórdia e nossa fragilidade humana”.  Reconhecendo-nos pecadores, confessamos o amor misericordioso de Deus. Existem quatro modelos de atos penitenciais no missal: a recitação comunitária do Confiteor (confesso a Deus todo poderoso...); o breve diálogo: tende compaixão de nós Senhor ....;uma série de aclamações a Cristo e o Senhor, tende piedade de n’os;a bênção e aspersão da água benta sobre o povo.  A dinâmica do ato penitencial é: quem preside faz uma breve motivação, convidando à atitude de humildade e confiança na misericórdia de Deus, segue um momento de silêncio e a realização de um dos modelos penitenciais. O ato penitencial, enquanto parte dos ritos iniciais da missa, é expressão de perdão, próprio da Eucaristia. Como tal, não possui a eficácia do sacramento da penitência (IGMR 51), não deve ser confundido com o sacramento da penitencia (cf CNBB. Guia Litúrgico Pastoral. p.35).

2.11. O Senhor, tende piedade de nós: A breve ladainha do “Senhor, tende piedade de nós” tradicionalmente era uma oração de louvor a Cristo ressuscitado.  Trata-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia (IGMR 52), Ele é cantado ou recitado de forma dialogal, caso não tenha sido realizado no ato penitencial.
2.12. O Canto do Glória: domingos, solenidades e dias festivos, a comunidade canta na missa “um antiqüíssimo e venerável hino chamado “Glória”. É um hino que canta a glória de Deus e do Filho Jesus. O Cristo ocupa o centro do louvor, da aclamação e da súplica. O glória pode ser dividido em três partes: a)- O canto dos anjos na noite do nascimento de Cristo – Glória Deus na alturas e paz na terra aos homens por ele amados (Lc  1,14); b)- Os louvores a Deus Pai: Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos ...; c)-  Os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: Senhor Jesus Cristo. Não é um hino trinitário. O ideal é que se cante o texto indicado no Missal para a celebração eucarística e não substitui-lo por breves aclamações trinitárias.
2.13. Oração do dia / Coleta. Ela é súplica do povo sacerdotal que se abre ao diálogo da aliança  - apresentando suas necessidades em prece. É oração de quem preside. Precedida de um breve silêncio, a oração pessoal de cada participante, integra-se na oração de toda a assembleia proclamada pela voz do ministro que preside. Com o amém o povo se associa à oração da Igreja, a faz sua oração.
2.14. O que destacar nos ritos iniciais da celebração eucarística?  A acolhida alegre e fraterna das pessoas; o clima orante e de tranquilidade; a organização do espaço celebrativo; tudo o que favoreça a constituição de um povo celebrante (a assembleia); o mistério celebrado; a harmonia da equipe de liturgia, cantores e quem preside;


3.    LITURGIA DA PALAVRA

A Liturgia sagrada “é o espaço privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Sagrada Escritura”(Verbum Domini 52).   Por essa razão, o Vaticano II definiu:  “A mesa da Palavra de Deus seja preparada com mais abundância para os fiéis, os tesouros bíblicos sejam largamente abertos ao povo” (SC 24) 35). “É preciso fomentar aquele amor suave e vivo afeto pela  Sagrada Escritura. Na celebração litúrgica é máxima a importância da Sagrada Escritura” (SC 24). Na Missa: primeiro nos encontramos e comungamos” com Cristo  PALAVRA VIVA e depois “ e comungamos” o Corpo de Cristo, o “Cristo pão partido” pela nossa salvação.

3.1. A ESTRUTURA DA LITURGIA DA PALAVRA (para os domingos e dias festivos): 1ª Leitura (Antigo.Testamento ou dos Atos do Apóstolos); O Salmo Responsorial (resposta orante do povo); 2ª Leitura (Cartas dos Apóstolos e Apocalipse de João); Aclamação ao Evangelho (expressão de alegria);Proclamação do Evangelho; Homilia (atualização da Palavra); Creio (resposta de fé à Palavra); Oração dos Fiéis.

3.2. A 1ª Leitura é uma passagem tirada do Antigo Testamento, escolhida em função do Evangelho do dia. No tempo pascal a 1ª Leitura é tirada dos Atos dos Apóstolos. Não deve ser cancelada ou substituída. Ele prepara a comunidade para acolher Jesus Cristo.
3.3. O Salmo Responsorial  – é parte integrante da liturgia da palavra. Faz eco e ressonância à 1ª leitura. Prolonga, em tom contemplativo, a leitura anterior.  Sua importância litúrgica e pastoral requer iniciação ao sentido espiritual para meditá-lo em profundidade.  O ideal que seja cantado ou, pelo menos, que sua antífona seja cantada pela assembleia e as estrofes recitadas por um salmista.
3.4.  A 2ª Leitura – extraída dos escritos dos Apóstolos. Revela como as primeiras comunidades cristãs viveram a Boa nova de Jesus Cristo e como nós a deveríamos viver hoje.
3.5. A aclamação ao Evangelho – Canta-se o Aleluia ou outro louvor a Cristo, conforme exige o tempo litúrgico. O canto do Aleluia (louvor ao Senhor) expressa a alegria da assembleia que acolhe o Cristo que vai falar. Ala o aclama e professa nele sua fé. É canto de toda a assembleia. Não se canta aleluia no tempo quaresmal.   
3.6. A proclamação do Evangelho – a proclamação do evangelho é sempre o ponto alto da Liturgia da Palavra, para o qual, a assembleia se prepara com as outras leituras. A proclamação do Evangelho deve ser cercada da maior veneração, tanto da parte do ministro quanto por parte da assembleia que, pela aclamação, reconhece e professa a fé na presença de Cristo que anunciou a boa nova da salvação.
3.7. A homilia (conversa familiar) -  é parte da liturgia da palavra, interpreta as leituras bíblicas dentro da realidade atual, tem o mistério de Cristo como centro do anúncio e faz ligação com a liturgia eucarística e com a vida. A qualidade da homilia favorecerá a compreensão e a eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis (VD 59).
3.8. A Profissão de fé (o Creio) -   tem por finalidade levar a assembleia a dar uma resposta de fé à Palavra de Deus proclamada e explicada pela homilia, bem como, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração da ação de graças - a Eucaristia.

3.9. A oração universal ou dos fiéis -  a assembleia responde à Palavra de Deus. acolhida na fé elevando preces a Deus pela salvação de todos. A comunidade reza pela Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro (IGMR 69).

3.10. O que destacar na Liturgia da Palavra? O clima de efetiva ESCUTA; o ministério do leitor, do salmista, de quem proclama o Evangelho e profere a homilia; Valorizar a mesa da Palavra – como lugar da proclamação das leituras, o evangelho, canto do salmo, a homilia e as preces dos fiéis; o Livro da Palavra (e não o folheto); zelar pelas atitudes corporais dos ministros, o tom da voz, a postura e atitudes diante da mesa da Palavra; aprimorar a comunicação e qualidade da proclamação;

4.    LITURGIA EUCARÍSTICA

Da “mesa da Palavra”, a assembleia desloca sua atenção à “mesa da eucaristia” (o altar). A liturgia da palavra e a liturgia eucarística nos ajudam a viver o único encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Para vivermos e compreendermos a missa, será necessário ter presente a última ceia de Jesus com seus discípulos. Naquela noite, ele instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue. Confia à Igreja, a Comunidade Cristã, o emorial, isto é, a lembrança viva, capaz de tornar presente em todos os tempos e lugares, o sacrifício da Cruz, o mistério da sua morte e ressurreição (SC 47). “Façam isto tudo em memória de mim”. A liturgia eucarística se organiza a partir das palavras de Jesus:  “tomou o pão e o cálice com vinho” => preparação das ofertas; “deu graças ao Pai” => oração eucarística; “partiu o pão” => a fração do pão e canto do cordeiro de Deus; “deu o pão e o cálice com vinho aos seus discípulos” => comunhão.

4.1.  “Ele tomou o pão e o cálice”:  A primeira ação que realizamos na Liturgia Eucarística é preparar a mesa e apresentar os alimentos. Pão e vinho, frutos da terra e do trabalho humano, são os elementos essenciais, trazidos e colocados sobre o altar. Dons que representam toda a realidade de vida do povo e do universo.   A preparação da mesa (o altar) e a apresentação das oferendas é sempre um momento de alegria, de gratidão, de disponibilidade para fazer de nossa vida um dom a serviço de Deus e dos irmãos.

4.2. A coleta de dons: de forma calma e serena, estando todos sentados, organiza-se a coleta de dons. Estes e outras expressões simbólicas da comunidade serão levados, em procissão, juntamente com o pão e o vinho e depositados junto ao altar. A coleta de dinheiro ou outros de outros donativos (alimentos, roupas...) é expressão da comunhão de pessoas capazes de pôr em comum o que são e o que possuem;, manifesta a atitude de gratidão pelos dons recebidos do Senhor; a fé e a confiança na divina providência. O gesto da coleta deveria se breve.

4.3. O canto  de apresentação das oferendas: Este canto, que acompanha o gesto de colocar os bens em comum, para as necessidades da comunidade (Rm 12,1-2; Ef 4,28; IGMR 74). Expressa a disposição do povo sacerdotal  oferecer sua vida, sua luta e trabalho ao Senhor. Outras vezes, não havendo coleta e procissão, a assembleia poderá acompanhar a apresentação dos dons, feita pelo  sacerdote e cantar: “bendito seja Deus para sempre!” ou em silêncio ouvindo uma música instrumental.

4.4. Os dois pequenos gestos: das gotas de água no cálice: união de  Cristo e da humanidade. A obra da salvação é fruto da colaboração entre Cristo e a humanidade; do lavar as mãos: gesto de quem preside preparando-se espiritualmente para presidir a grande ação de graças e oferta de louvor, a oração Eucarística. É gesto ritual só de quem preside.

4.5. Pelo Orai irmãos e irmãs ... Trata-se de um convite à assembleia para que se una à oração do ministro que preside. A assembleia é convidada a unir-se à oração de ação de graças proferida pelo sacerdote.

4.6. A oração sobre as oferendas:. Esta oração expressa os motivos da ação de graças, a partir do sentido das oferendas do pão e do vinho e desperta nos fiéis as atitudes interiores da gratuidade e da entrega confiante  em união com o sacrifício de Cristo na cruz. A assembleia adere respondendo com um convicto Amém! 

5.    “Ele deu graças” – Oração Eucarística

A oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação (IGMR 78). Dar graças (eucaristia) é proclamar a fidelidade de Deus. A oração eucarística se constitui na grande e solene prece de aliança, na qual recordamos a ação salvadora de Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo. 

5.1. Convite à ação de graças: “corações ao alto”, a entrar no clima relacional requerido pela celebração eucarística no início da grande prece de ação de graças. “Demos graças ao Senhor, nosso Deus” – por aquilo que foi feito por nós e que estamos realizando, o memorial nesta liturgia, pelo qual devemos dar graças a Deus, fonte de todos os bens.
5.2. O prefácio: A ação de graças tem início com o prefácio. Proclamam-se os motivos da  ação de graças pelas ações salvadoras de Deus no ontem, no hoje e no amanhã, tendo presente o tempo litúrgico, as festas do Senhor, da Virgem Maria e dos Santos e outras comemorações. Narrados os motivos da ação de graças, a assembleia é convidada para a aclamação Santo, Santo, Santo.

5.3. A aclamação do Santo, Santo:  O Santo é o hino dos anjos do céu e de todo o universo criado. É o hino dos serafins na visão de Isaías no templo (Is 6,3). Bendito o que vem em nome do Senhor... é o canto dos querubins, na visão de Ez 3,12: "Bendita seja a Glória do Senhor desde a sua morada!."  As criaturas da terra e os anjos do céu reconhecem e cantam a grandeza de Deus. O cântico do Santo expressa a unidade da Igreja terrena com a assembleia do céu. Desse modo, nosso louvor terreno e frágil se reveste de todo o vigor dos louvores eternos. “O Céu e a terra, unidos, proclamam o louvor de Deus. Hosana nas alturas!” O Santo é uma aclamação que requer a participação de toda a assembleia e dado o seu sentido, não é conveniente substituir o texto do Santo do Missal por outras composições.

5.4. Elementos da Oração Eucarística: após a proclamação do prefácio e da aclamação do Santo, a oração eucarística se compõe dos seguintes elementos:
a.    1ª Invocação do Espírito Santo (epíclese):  súplica orante da Igreja ao Pai para que derrame o Espírito Santo e transforme os dons de pão e de vinho no Corpo e no Sangue de Cristo.
b.    A narração da Instituição da eucaristia (consagração):. Ao relato segue as palavras pronunciadas por Jesus na instituição eucarística. Estas palavras são consideradas como de consagração e por elas realiza-se a presença de Cristo sob as espécies do pão e do vinho (cf IGMR 79.d).
c.    Eis o Mistério da fé  (aclamação anamnética). A resposta da assembleia revela o mistério central da ação de graças: a morte-ressurreição do Senhor, O grande mistério da de fé, acontecendo no curso da história até a plenitude.
d.    A anamnesis (memorial): Após a narrativa da instituição e do eis o mistério da fé, a Igreja faz memória do Cristo crucificado, ressuscitado e glorificado. A oração eucarística é ação de graças e de louvor ao Pai pela páscoa de Jesus Cristo.
e.    O grande ofertório: a Igreja oferece ao Pai o sacrifício do próprio Jesus Cristo: “nós vos oferecemos, ó Pai o sacrifício de vosso Filho”.
f.     A 2ª Invocação do Espírito Santo: a Igreja pede ao Pai que envie o Espírito Santo sobre a comunidade reunida, que aqueles que “participarão do Corpo e Sangue de Cristo, sejam transformados pelo Espírito num só corpo” – Igreja corpo de Cristo!
g.    Os lembrai-vos, ó Pai.  1º . pede-se pela Igreja (o Papa, o Bispo ...Igreja terrena). 2º. Pede-se pelos falecidos para que seja acolhidos na glória; 3º pede-se pela comunidade presente a fim de que chegue, com Maria e os Santo à gloria celeste.
h.    A doxologia: o Por Cristo, com Cristo e em Cristo. Ponto alto e síntese da ação de graças -  da oração  eucarística. Com a grande elevação e aclamação de louvor, encerra-se a oração eucarística,. Transbordando de alegria, a assembleia é tomada por uma profunda admiração e gratidão por tudo aquilo que Deus é e faz- manifesta-se com o vibrante canto do “Amém!” (“Sim, “Estamos de acordo. Assinamos. AMÉM”!  - no dizer de santo Agostinho).
i.      As Aclamações da Assembleia: A oração eucarística é proclamada pelo sacerdote, mas a assembleia toda tem um papel ativo. Nas 14 orações eucarísticas do Missal Brasileiro constam várias aclamações da assembleia. Elas são expressão da participação ativa do povo sacerdotal. O ideal é que sejam cantadas pela assembleia (aos domingos e dias de festa) ou pelo menos recitadas (na semana).

5  RITOS DE COMUNHÃO - .“Ele partiu o pão e o deu aos seus discípulos”

Após a Oração Eucarística, encontramos os ritos de comunhão, na seguinte sequência: Pai nosso, oração e gesto de paz; a Fração do Pão acompanhada do canto do Cordeiro de Deus, a comunhão acompanhada pelo canto de comunhão, momento de silêncio e oração após a comunhão.

5.1. O Pai-nosso: é uma oração de comunhão num sentido eucarístico.  O  “pão nosso de cada dia” – de hoje e de amanhã – necessário à nossa vida. É uma síntese da oração eucarística  (seja feita a vossa vontade, atitude básica de Cristo e do cristão).    Na Oração do Senhor reconhecemos que Deus é Pai e todos são seus filhos e filhas- Pedimos pelo pão de cada dia, o perdão dos pecados, a reconciliação e a libertação de todo o mal. O embolismo – O padre reza: “livrai-nos, ó Pai ”: é uma oração que prolonga o último pedido do Pai nosso. A assembleia responde:  ao encontro de Cristo Salvador – com a conclusão: “vosso é o reino, o poder e a glória  para sempre”! Na missa, o Pai nosso não termina com o Amém!
5.2. Oração e gesto de paz: Súplica e gesto que expressa a comunhão eclesial. É um rito importante e precisa ser feito com autenticidade. Não se recomenda cantar, abraçar e bater palmas ao mesmo tempo. Se oportuno e dada a situação pastoral, o gesto de paz pode ser deslocado para outros momentos da celebração (cf CNBB, doc. 43. n. 313).
5.3. A Fração do Pão: O Pão partido é o Corpo de Cristo. Rito que expressa a total doação de Jesus: “pão que se multiplica para que todos tenham vida e vida em abundância”.  O canto do Cordeiro de Deus acompanha  “o gesto da fração do pão”. É canto que evoca o mistério pascal. Comer do pão partido é comungar do mistério da páscoa de Cristo Jesus. O canto do Cordeiro de Deus pode-se repetir quantas vezes forem necessárias até a conclusão do rito. A última invocação se conclui com as palavras dai-nos a paz (cf CNBB. Guia Litúrgico Pastoral. p. 29).

5.4. A Comunhão (deu o pão – tomai e comei; tomai e bebei). A celebração eucarística chega ao seu momento culminante: a preparação das oferendas, a ação de graças e os ritos de comunhão formam um todo. O rito da comunhão é preparada: por uma breve oração silenciosa do sacerdote e dos fiéis;         pelo convite: “Felizes os convidados à ceia do Senhor ...”; A resposta da assembleia manifesta que só na humildade se chega ao banquete do Cordeiro pascal (cf MT 8,8).  


5.5. Procissão de comunhão: Comungar é uma ação comunitária. A procissão conduz a assembleia ao altar, para que recebendo o pão e o vinho eucaristizados, acolha o dom de Deus, seu Filho que nos vivificou por sua morte e ressurreição e continua nos alimentando pela força do Espírito Santo em cada celebração. Nós nos aproximamos do altar (Cristo) e dele recebemos o alimento que nos dá a vida. Servir a comunhão faz parte do ministério de quem preside, em nome de Cristo, ele é o principal servidor da assembleia.

5.6. O Canto de Comunhão: durante a comunhão pode-se entoar um hino (canto) que exprima: a união espiritual dos comungantes; a alegria dos corações e a fraternidade da assembleia. O canto, que pode retomar o evangelho do dia, garante a unidade das duas mesas (palavra e eucaristia). Cantos de adoração ao Santíssimo e cantos de cunho intimista e individualista ou temáticos não expressam a grandeza da comunhão eucarística.  Portanto, não devem ser cantados na comunhão eucarística.

5.7. Breve momento de silêncio: Concluída a distribuição da comunhão, é recomendável um breve momento de silêncio (sem explicações do porquê do silêncio). É um tempo precioso de intimidade e diálogo com o Senhor. No silêncio de mergulhar no mistério da comum-união com Jesus Cristo.

5.8. A purificação dos vasos sagrados: A purificação dos vasos sagrados é feita pelo sacerdote e pode ser realizada pelos ministros extraordinários da comunhão (cf IGMR 192; 270; 279). É recomendável que seja feita com dignidade e na credencia situada próxima do altar ou na sacristia.

5.9. A Oração depois da comunhão:    A oração depois da comunhão encerra o rito da comunhão. É uma oração voltada mais para a missão no mundo, que de agradecimento. É uma súplica a Deus: “que possamos viver, alimentados pela Eucaristia, no cotidiano e em meio às atividades, o que experimentamos na celebração eucarística”.

6.    Ritos Finais – Ide à missão. Ide em paz!

“O Mistério da Eucaristia habilita-nos e impele-nos a um compromisso corajoso nas estruturas deste mundo para lhes conferir aquela novidade de relações que tem a fonte no dom de Deus” (SacrC 91).  

6.1. Avisos: referentes à vida das comunidades. Devem ser feitos com clareza e objetividade (não explicar o aviso). Não há necessidade em todas as celebrações convidar para esta ou aquela reunião ou encontro. Cuidado: o pessoal percebe que não há resposta, logo deduzem que não é coisa importante.

6.2.  Homenagens ... que seja autênticas homenagens e não leituras no celular.... É bom lembrar que a melhor homenagem é a própria celebração.. Se for feito algo nos ritos finais, devem ser breves. Ver se é oportuno fazer certas encenações, coreografias etc a partir de uma música de um CD....! Certas homenagens é melhor fazê-las após a missa e num lugar adequado e até com uma partilha.
6.3. O canto final: se parecer oportuno, apesar de não estar previsto no ritual da missa, pode manifestar, uma vez mais, a alegria e compromisso de viver como “cristãos eucarísticos”. É um momento para se entoar um hino a Nossa Senhora ou aos santos/as, nossos/as padroeiros/as. Depois que o sacerdote proferiu o “ide em paz e o Senhor vos acompanhe”!

6.4. Bênção final: a bênção expressa que o mistério celebrado na ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões. O sacerdote, que agiu na celebração em nome Jesus Cristo, agora, também em nome de Cristo e de Deus, abençoa e envia.