Histórico (Santo Antônio de Sant'Ana Galvão)
Santo Antônio de
Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 —
São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi um frade católico e primeiro santo
nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao
Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.
Biografia
O pai, Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o
capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros,
bisneta do famoso bandeirante Fernão Dias Paes, o "caçador de
esmeraldas".
Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois
seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo
dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas,
mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres
jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José. Lá fez grandes progressos nos estudos e na
prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da
perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou
a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito
longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na
sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu,
no Rio de Janeiro. Em 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após
foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes.
Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766. Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo.
Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766. Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo.
Fundação de Novo Recolhimento
Neste Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito
Santo, religiosa que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para
fundar um novo Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras
pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi
oficialmente fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto. Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO.
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade. Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade". Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto. Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO.
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade. Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade". Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade.
Beatificação
Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo
II, dele recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da
Construção Civil no Brasil. De seu processo de beatificação constam 27.800
graças documentadas, além de outras consideradas milagres.
Aconteceu em 1990 em São Paulo, com a menina Daniela, que
aos 4 anos de idade teve complicações bronco-pulmonares e crises convulsivas.
Foi então internada na UTI do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, com
diagnóstico de encefalopatia hepática por consequência da hepatite causada pelo
vírus A insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda, intoxicação
por causa de metocloropramida e hipertensão. Os sintomas acima a levaram a uma
parada cardiorrespiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento gengival,
hematúria, ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite, e mais
duas infecções hospitalares.
Após 13 dias de UTI, os familiares, amigos, vizinhos e
religiosas do Mosteiro da Luz rezaram e deram a menina as pílulas de Frei
Galvão. Em 13 de junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e, em 21 de junho
teve alta do hospital considerada curada. O pediatra que a acompanhou atestou
perante o Tribunal Eclesiástico que: "atribuo à intervenção divina, não só
a cura da doença, mas a recuperação total dela".
Frei Galvão foi beatificado em 25 de outubro de 1998
Canonização
Frei Galvão foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio
de 2007, durante a visita do pontífice ao Brasil. A comprovação oficial e o
anúncio foi feito em 16 de dezembro de 2006.
Trata-se do caso da Sra. Sandra Grossi de
Almeida e de seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, da cidade de São Paulo - SP,
hoje residentes em Brasília-DF, Brasil.
A Sra. Sandra já havia sofrido três outros abortos
espontâneos, devido a malformação do seu útero, que tornara impossível levar a
termo qualquer gravidez.
Em maio de 1999, Sandra ficou novamente grávida e sabia que
a qualquer momento poderia ter uma hemorragia e morrer.
Apesar do prognóstico médico ser de provável interrupção da
gravidez ou de que esta chegasse, no máximo, ao quinto mês, a gestação evoluiu
normalmente até a trigésima segunda semana da gestação.
Por ser caso alto risco, foi decidido parto por cesariana em
11/12/1999, pois exames comprovavam problemas, mas o parto não teve nenhuma
complicação.
A criança nasceu pesando 1.995gr. e medindo 0,42 cm, mas
apresentou problemas respiratórios gravíssimos. Foi "entubada", porém
teve uma evolução positiva muito rápida e foi "extubada" no dia
seguinte. Recebeu alta hospitalar dia 19/12/1999.
O êxito favorável
deste caso raro foi atribuído à intercessão do Beato Frei Antônio de Sant'Anna
Galvão, que foi desde o início e durante toda a gravidez invocado pela família
com muita oração e por Sandra, que além das novenas contínuas que fez, tomou também
as "Pílulas de Frei Galvão" com fé e com a certeza de sua ajuda
Realizado o processo
diocesano, os Peritos Médicos da Congregação das Causas dos Santos, aprovaram,
por unanimidade, o fato como "cientificamente inexplicável no seu
conjunto, segundo os atuais conhecimentos científicos".
Finalmente, o Santo Padre Bento XVI depois de conhecer o
fato, autorizou no dia 16/12/2006, a Congregação das Causas dos Santos a
promulgar o Decreto, a respeito do milagre atribuído à intercessão do Beato Frei
Antônio de Sant'Anna Galvão.
O nome do primeiro santo brasileiro ficou Santo Antônio de
Sant'Anna Galvão, conhecido comumente como São Frei Galvão.
Dons sobrenaturais
Por causa do imenso amor e caridade de seu Servo, Deus o
agraciou com diversos dons, dos quais jamais serviu-se em interesse próprio, ao
contrário, sempre os colocou a serviço da misericórdia divina. Todos os casos
narrados foram devidamente comprovados por documentos.
Bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo),
telepatia (transmissão ou comunicação de pensamento e sensações, a
distância entre duas ou mais pessoas), premonição (sensação ou
advertência antecipada do que vai acontecer), clarividência (vê o que
está para acontecer), levitação (erguer-se acima do solo) e telepercepção
(adquirir conhecimento de fatos ocorridos a grandes distâncias).
Relatamos a seguir alguns casos. Àqueles que se interessarem
por mais detalhes da vida de nosso querido "padre santo" devem
procurar na Editora Santuário o livro "Frei Galvão: O frade menor que São
Paulo aprisionou", de autoria de Frei Carmelo Surian.
Bilocação
Pelo que consta, o fato ocorreu por volta de 1810, às
margens do rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvao) município de
Jaú, próximo à Pederneiras e Bauru. Manuel Portes, capataz de uma expedição de
vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou severamente o caboclo
Apolinário por indisciplina. Ao notar o capataz distraído, o caboclo, por
vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão, e fugiu.
Sentindo que a vida abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes,
no auge de desespero pôs-se a gritar: "Meu Deus, eu morro sem confissão!
Senhor Santo Antônio, pedi por mim! Dai-me confessor! Vinde, Frei Galvão,
assistir-me!" Eis que então alguém gritou, avisando que um frade se
aproximava, e todos identificaram Frei Galvão. Assim contaram as testemunhas:
"aproximou-se o querido sacerdote, afastou com um gesto dos espectadores
da trágica cena, abaixou-se, sentou-se, pôs a cabeça de Portes sobre o colo e
falou-lhe em voz baixa, encostando-lhe depois o ouvido aos lábios. Ficou assim
alguns instantes, findo os quais abençoou o expirante. Levantou-se, então, fez
um gesto de adeus e afastou-se de modo tão misterioso quanto aparecera".
Afirma-se que naquele instante Frei Galvão encontrava-se em São Paulo,
pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por um moribundo e, acabada a
oração, prosseguiu a pregação.
Há outros casos semelhantes, principalmente relatos de
socorro de Frei Galvão aos moribundos.
Telepatia
Em uma cidade Frei Galvão era conduzido em uma cadeirinha
coberta. Uma senhora, através de sua janela de rótulas (madeiras cruzadas), vê
a cadeirinha, em que sabe, está o "santo frade". E ela, sucumbida
pelas amarguras da vida, soluçando, pensa consigo: "Ah, se Frei Galvão se
lembrasse de mim, se ao menos me desse sua benção". No mesmo instante Frei
Galvão levanta as cortinas da cadeirinha, debruça-se para fora, em direção
daquela janela, e sorridente, abençoa a senhora, atrás das rótulas. E os que
presenciaram o fato, afirmaram que o franciscano não tinha a menor possibilidade
de ver aquela senhora, porque era conduzido pelo lado oposto da rua.
Premonição
Em todas as vilas e cidades por onde passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes era tão numeroso o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso pregar ao ar livre. Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: o sermão havia começado, quando se forma uma grande tempestade; a chuva desaba, e quando viram que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Frei Galvão, porém, lhes disse que fiquem pois nada sofrerão. De fato, a chuva não caiu sobre o Largo.
Em todas as vilas e cidades por onde passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes era tão numeroso o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso pregar ao ar livre. Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: o sermão havia começado, quando se forma uma grande tempestade; a chuva desaba, e quando viram que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Frei Galvão, porém, lhes disse que fiquem pois nada sofrerão. De fato, a chuva não caiu sobre o Largo.
Outra narração impressionante:
O seguinte testemunho foi do Dr. Afonso d’Escragnole Taunay:
"Um cavaleiro que passava alta madrugada por São Paulo viu Frei Galvão
sentado à soleira de entrada de uma casa. Ofereceu-lhe o cavalo, propondo-se a
acompanha-lo até o Recolhimento, fazendo-se ver que ele se arriscava a adoecer,
imobilizado, como estava, sob tão áspera temperatura e sob garoa. Frei Galvão
agradeceu a oferta, porém não aceitou, argumentando que precisava demorar-se
aonde estava, tendo para tanto motivos fortes. O cavaleiro não insistiu e
seguiu viagem. Dela voltando, soube do fato que impressionara muito a cidade, e
fê-lo estremecer: na manhã seguinte ao encontro com Frei foi achado morto em
sua própria casa, um homem rico que vivia solitário, avarento e agiota. Era
exatamente o morador do prédio em cuja soleira estava “Frei Galvão".
Clarividência
Uma menina foi levada à presença de Frei Galvão. No decorrer
da conversa, perguntou à ela sobre o que desejava ser. Respondeu que queria ser
freira. Frei Antônio a abençoou com carinho e profeticamente lhe confirma a
vocação. De fato, aos 19 anos ela ingressa em um Convento.
Levitação
No Mosteiro da Luz há viários testemunhos sobre a capacidade
de Frei Galvão tinha de levitar. Dentre eles, há o relato de uma senhora nos
seguintes termos: caminhando em plena rua, pôde observar o Frade que se
aproximava todo recolhido. Ao se cruzarem, ela exclamou, espantada:
"Senhor Padre, vossemecê anda sem pisar no chão?" E o Frei sorriu,
saudou e seguiu diante.
Telepercepção
Antigamente, quando os sinos badalavam fora de horário de
reza, a comunidade se reunia, pois, sabia que algo de extraordinário
acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a população atendeu a
convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou: "Rebentou em
Portugal uma revolução" (talvez a de 1820). E relatou detalhes como se
estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois, chegaram notícias confirmando
as visões de Frei Galvão.
Pílulas da fé
Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito
aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a
vida.
Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do
Ofício da Santíssima Virgem: Pos partum
Virgo, Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do
parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós).
Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. A mulher
ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, e a criança
nasceu normalmente. Caso idêntico deu-se com um jovem que se estorcia com dores
provocadas por cálculos visicais.
Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço.
Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado.
Esta foi à origem dos milagrosos papelinhos, que, desde
então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o
Mosteiro fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.
Alguns milagres
A mulher grávida
Em uma fazenda, distante léguas de São Paulo, uma mulher,
gravemente enferma em melindroso parto, clamava por Frei Galvão. Seu marido
acorreu ao Mosteiro da Luz, à procura do Frade, que se achava, no entanto, de
viagem ao Rio de Janeiro. Retornando à fazenda, ele se surpreendeu ao encontrar
a esposa livre de todo perigo, estando muito grata à Frei Galvão que, durante a
noite, tinha ouvido em confissão, abençoando a seguir a água de um copo, que
ela bebeu, o que foi o bastante para que se normalizasse seu estado. O homem
partiu para o Rio de Janeiro para agradecer ao Frade. Lá, foi informado pelo
Guardião do Convento que "Frei Galvão não arredou pé daqui".
Interrogado a respeito, Frei Galvão respondeu: "Como se deu, não sei; mas
a verdade é que naquela noite lá estive".
Milagre da
beatificação - Daniela (1990)
Aconteceu em 1990 em São Paulo, com a menina Daniela, que
aos 4 anos de idade teve complicações bronco-pulmonares e crises convulsivas.
Foi então internada na UTI do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, com
diagnóstico de encefalopatia hepática por consequência da hepatite causada pelo
vírus A, insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda, intoxicação
por causa de metocloropramida e hipertensão. Os sintomas acima a levaram a uma
parada cardiorrespiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento gengival,
hematúria, ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite, e mais
duas infecções hospitalares. Após 13 dias de UTI, os familiares, amigos,
vizinhos e religiosas do Mosteiro da Luz rezaram e deram a menina as pílulas de
Frei Galvão. Em 13 de junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e, em 21 de
junho teve alta do hospital considerada curada. O pediatra que a acompanhou
atestou perante o Tribunal Eclesiástico que: "atribuo à intervenção
divina, não só a cura da doença, mas a recuperação total dela".
Milagre da
Canonização - Sandra (1999)
Aconteceu em 1999, em São Paulo, com a paulistana Sandra
Grossi de Almeida. Após três abortos espontâneos no passado devido a um
problema de má formação do útero, em 1999 Sandra ficou grávida. Os médicos não
acreditavam que a gestação pudesse chegar ao fim. Seu útero era bicorne, com
duas cavidades muito pequenas e assimétricas, como se fosse uma parede. Tal
formação não pode ser corrigida por cirurgia, tornando impossível levar
qualquer gestação até o fim. As previsões de complicação do parto eram
péssimas, mas mesmo assim, contrariando o prognóstico médico de que a gestação
não chegaria ao 5º mês, Sandra rezava e tomava as pílulas de Frei Galvão
durante toda a gestação. Na 32º semana, em 11 de dezembro, o parto cesariano
foi realizado após a ruptura da bolsa, sem complicações. Nasceu Enzo de Almeida
Galafassi, com problemas respiratórios de risco. Entretanto, no dia 12 de
dezembro, a criança não apresentava qualquer sinal de doença e foi liberada do
hospital no dia 19 do mesmo mês.
O frango do diabo
Residia em Itu um escravo liberto que, ficando doente, fez
promessa de levar a Frei Galvão "uma vara de frangos" caso sarasse, o
que de fato aconteceu. Por essa razão, amarrando as aves em uma vara, pôs-se a
caminho. Aconteceu que ao meio da jornada três frangos lhe escaparam. Recolhei
facilmente dois. O terceiro, um "carijó", fugiu velozmente, irritando
o velho, que gritou impaciente: volta aqui, frango do diabo! Nesse momento,
entrando em uma moita de espinhos, o frango se deixou apanhar. Após a caminhada,
o liberto foi alegremente entregar seu presente ao Frade, que aceitou todas as
aves, menos a "carijó": - Porquê este frango, já o deste ao diabo! –
disse-lhe ele.
O lenço
Os familiares de um senhor, que adoecera gravemente em
Taubaté, lembraram-no de que deveria se confessar, preparando-se "para
fazer a viagem à outra vida". Informados por ele de que já se havia
confessado com Frei Galvão, riram-se todos, pois o santo frade não se
encontrava naquela ocasião em Taubaté. Como o caso urgisse, dada a gravidade da
doença, insistiram em suas confissão. O doente tirou, então, de sob o
travesseiro um lenço, que pertencia a Frei Galvão, e que o frade havia
esquecido sobre sua cama durante a confissão. Ninguém duvidou mais da presença
do Frade, "pois o seu dom de bi locação já era notório em toda a Capitania
de São Paulo". Por gratidão a Frei Galvão, podem ser encontrados inúmeros
"Galvão de promessa". Trata-se de pessoas que, em seu batismo e em
seu registro de nascimento, recebem dois pais esse sobrenome, como pagamento de
promessa por graças alcançadas.
O milagre de
Potunduva
Foi por volta de 1810. O Capataz de uma monção que vinha de
Cuibabá, "abicada à noitinha em Potunduva, à margem do Tietê"
(município de Jaú), Manoel Portes, que havia chicoetado um membro de sua
flotilha, foi por este mortalmente apunhalado. Sentindo-se perdido, invocou por
Frei Galvão, para se confessar, tendo as tripulações, atônitas, presenciado a
chegada do frade àquele local deserto. Aproximando-se do agonizante, ouviu as
suas últimas palavras, absolveu-o e desapareceu de relance, deixando
estarrecidos a todos. Nesse mesmo momento, Frei Galvão, que pregava numa
igreja, em São Paulo, interrompera a prática, para pedir á assistência que com
ele orasse pela salvação da alma de um cristão que, longe dali, estava
agonizando. Uma capela memoriza esse episódio, sendo um centro de devoção a
Frei Galvão.
Os fiéis e a chuva
Aconteceu em Guaratinguetá. Frei Galvão apenas iniciava seu
sermão quando se formou grande tempestade. Quando viram que a tormenta
desabava, muitos fiéis pensaram em se retirar. Lendo seus pensamentos, Frei
Galvão lhes disse que ficassem, pois que nada sofreriam. De fato, o temporal
que assolou a cidade não caiu sobre o Largo da Matriz, onde todos "puderam
acabar de ouvir a prática que, como sempre, produziu grandes frutos para as
almas".
Oração a São frei
Galvão
Deus de amor, fonte de todas as Graças, dai-nos, por
intercessão de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, que ao tomarmos com fé e
devoção estas pílulas e rezando – “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito
Santo, eu Vos adoro, louvo e Vos dou graças pelos benefícios que me fizeste,
por tudo que fez e sofreu Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, que aumenteis em
mim a fé, a esperança e caridade” – Vos digneis conceder-me a Graça que
ardentemente almejo...
(pedir a graça desejada).
Prometo-vos conhecer sempre mais o Evangelho, que Santo
Antônio de Sant’Anna Galvão viveu, cultivar a vida Eucarística e a devoção a
Imaculada Virgem Maria. Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós! Amém!
Hino a São frei
Galvão - Beato da Fé
Os sinos soam chamando teu povo amado
Para um louvor de amor, procissão de esperança
Ao bandeirante da fé, santo iluminado
Filho querido, luz da "Terra das Garças Brancas"
Em cada olhar um clamor, um pedido de graça
Ou uma prece apenas para agradecer
A multidão canta alto teu nome na praça
Pois não há força maior para aquele que crê
Frei Galvão, intercede por nós
Bom irmão, cantamos por ti
Frei Galvão, teu dom foi viver em verdade
Frei Galvão, mensageiro da luz
Um cristão que o exemplo traduz
Frei Galvão, beato da fé e bondade
Em meio a essa gente está o pagador de promessas
Aquela mãe com o filho saudável no ventre
É um verdadeiro milagre em forma de prece
Que esse homem Santo inspira em toda essa gente
Santo amigo intercede por nós junto ao Pai
Nós acreditamos na força de tua oração
Pois somos fiéis na verdade que teu nome atrai
Luz no caminho que guia nossos corações.
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