CELEBRAÇÃO
EUCARÍSTICA
A Eucaristia é “fonte e ápice da vida cristã e eclesial” (SC 10, LG 11). A comunhão de vida com Deus e a unidade do
povo de Deus, encontram realização e significado na Eucaristia.
1. Dimensões da Celebração Eucarística.
2. A Eucaristia é louvor e a ação de graças a Deus por suas obras
maravilhosas da criação, da redenção em Cristo e da santificação da humanidade
no Espírito Santo.
3. A Eucaristia é CEIA
do Senhor
que sela a nova e eterna aliança na entrega total de Cristo na cruz. A
Eucaristia é banquete, ceia de comunhão – a meta da Eucaristia é sempre a
COMUM-UNIÃO. A Eucaristia é ceia, mistério de comunhão. “A Eucaristia é o verdadeiro Banquete, onde Cristo se oferece como alimento” (Ecclesia de
Eucharistia , n. 16) Na eucaristia comungamos: com Jesus; com os nossos
semelhantes; com a natureza; com a criação divina.
4. A Eucaristia é memorial do SACRIFÍCIO DE JESUS. Da entrega, doação
na Cruz. A comunidade reunida, comendo e
bebendo, faz memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A eucaristia é o
“memorial da Páscoa do Senhor”. Quando celebramos a Eucaristia, fazemos o
memorial dessa Páscoa => da morte para a vida. A missa é uma ação ritual que nos faz
participar, através de gestos e sinais (sacramentalmente), do mistério pascal
de Cristo.
5. A missa é uma ação simbólica. É uma ação feita em
gestos e palavras, uma refeição comunitária (comida e bebida) em nome de Jesus,
que torna presente o mistério de sua morte e ressurreição. É uma reunião festiva, um encontro de
comunhão e não uma simples reza ou devoção particular.
6. A missa é uma ação ritual. O ritual da MISSA é constituído por
diferentes ritos – é um conjunto de ritos.
Ela tem suas normas e orientações (rubricas) para serem observadas e
garantir sua verdade. Ação ritual ao serviço do tornar presente, vivo e atuante
o Cristo Ressuscitado. O ritual está a serviço do nosso encontro com o
Senhor. Da última ceia de Jesus até hoje, fazemos
basicamente a mesma coisa: comemos e bebemos juntos, dando graças a Deus em
nome de Jesus e no Espírito Santo, fazendo memória da Páscoa do Cristo!
7. Requer um digno espaço. A celebração
eucarística, como reunião festiva e encontro com o Senhor, requer um espaço
digno para sua realização. Elementos do espaço celebrativo: o
lugar da assembleia, o altar; a mesa da Palavra;; lugar da presidência.
8. Ação celebrativa preparada: A missa é uma
celebração a ser preparada. Não existe missa pronta. Ela necessita ser
preparada com carinho e empenho artístico e espiritual. Existem diferentes
formas de preparar uma celebração. O importante é preparar e não simplesmente
improvisar. Existem diversos métodos de preparar a celebração.
2. CELEBRAÇÃO
DA EUCARISTIA
A celebração
eucarística constitui-se de duas partes fundamentais: Liturgia da Palavra (mesa da palavra)
Liturgia Eucarística (mesa eucarística) Além disso: os ritos iniciais e finais;
2.1. Ritos Iniciais (acolhida); Os ritos iniciais são
um conjunto de vários elementos: a acolhida, o canto de entrada (a procissão),
o beijo do altar, sinal da cruz e a saudação, o ato penitencial, as invocações
do “Senhor, tende piedade de nós”, o canto do glória. oração inicial ou oração
da coleta.
2.2. Finalidade dos Ritos iniciais: Transformar
indivíduos em povo celebrante, sacerdotal, assembleia orante, corpo de Cristo
animado pelo Espírito Santo, disposto ao encontro pascal e libertador com o
Deus vivo e verdadeiro. Os ritos iniciais marcam a passagem das atividades
cotidianas à ação simbólica – celebrativa dos mistérios da fé
2.3.A atitude básica dos ritos iniciais é de ACOLHIDA alegre e
afetuosa. De nada adianta executar todos os elementos rituais, se não se criar
um ambiente acolhedor, fraterno e ao mesmo tempo, de recolhimento e de oração,
de alegria pelo encontro com o Senhor. Quem nos acolhe é o próprio Deus no
gesto dos recepcionistas.
2.4. Após o ensaio de
cantos, é conveniente convidar as pessoas presentes a entrarem em clima de silêncio
e sintonia. O canto de um refrão ou o gesto de acender a vela ao lado do altar
nos convoca a iniciarmos a ação que atualiza e nos faz mergulhar na Luz de
Cristo Ressuscitado.
2.5. A procissão de
entrada significa o deslocamento interior a ser realizado: do espaço externo, profano, da vida cotidiana
ao altar da celebração. Ação ritual que expressa o caminhar do povo dos
batizados convergindo para o altar, unidos a Cristo. Expressão simbólica do
Deus que nos congrega em Cristo pela força do Espírito.
2.6.O canto inicial acompanha a procissão da entrada. Suas funções são:
Abrir ou iniciar a celebração; Imprimir sentido festivo à celebração; Conectar
os participantes ao sentido do tempo litúrgico ou da festa celebrada; Acompanhar
a entrada da procissão; Criar clima de comunhão fraterna.
2.7.A saudação ao altar, mais do que uma simples atitude ritualista e
fria, expressa relação cordial com AQUELE a quem o altar representa: Jesus
Cristo. O beijo ao altar exprime o amor e respeito pela mesa do Senhor, a mesa
que atualiza a aliança celebrada e do banquete da vida.
2.8.O sinal da cruz que abre a celebração eucarística é o mesmo que nos
marcou no Batismo. Como batizados pertencemos ao povo dos seguidores de Cristo;
formamos o povo sacerdotal que se encontra para beber da “fonte da vida cristã” - a Eucaristia. Na assembleia
litúrgica, encontramo-nos como povo dos batizados, que se reúne para celebrar,
em “nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!”
2.9. Saudação de quem preside: a saudação expressa
que a comunidade reunida é sinal da presença do Senhor. Mostra a relação da
assembleia com a Trindade, na paz e no amor do Cristo Ressuscitado. A resposta
da assembleia revela o porquê está
reunida: para dar graças a Deus, por suas maravilhas. Ela bendiz a Deus que a
congregou no seu amor. Louva ao Senhor porque em cada celebração oferece algo
novo para a vida e a convivência de cada dia.
2.10. O ato penitencial expressa nosso “apresentar-se
(reconhecer-se) pequenos diante da grandeza de Deus, reconhecendo sua
misericórdia e nossa fragilidade humana”.
Reconhecendo-nos pecadores, confessamos o amor misericordioso de Deus.
Existem quatro modelos de atos
penitenciais no missal: a recitação comunitária do Confiteor (confesso a
Deus todo poderoso...); o breve diálogo: tende compaixão de nós Senhor ....;uma
série de aclamações a Cristo e o Senhor, tende piedade de n’os;a bênção e
aspersão da água benta sobre o povo. A dinâmica do ato penitencial é: quem
preside faz uma breve motivação, convidando à atitude de humildade e confiança
na misericórdia de Deus, segue um momento de silêncio e a realização de um dos
modelos penitenciais. O ato penitencial, enquanto parte dos ritos iniciais da
missa, é expressão de perdão, próprio da Eucaristia. Como tal, não possui a
eficácia do sacramento da penitência (IGMR 51), não deve ser confundido com o
sacramento da penitencia (cf
CNBB. Guia Litúrgico Pastoral. p.35).
2.11. O Senhor, tende piedade de nós: A breve
ladainha do “Senhor, tende piedade de nós” tradicionalmente era uma oração de
louvor a Cristo ressuscitado. Trata-se
de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia
(IGMR 52), Ele é cantado ou recitado de forma dialogal, caso não tenha sido
realizado no ato penitencial.
2.12. O Canto do Glória: domingos,
solenidades e dias festivos, a comunidade canta na missa “um antiqüíssimo e
venerável hino chamado “Glória”. É um hino que canta a glória de Deus e do
Filho Jesus. O Cristo ocupa o centro do louvor, da aclamação e da súplica. O
glória pode ser dividido em três partes: a)- O canto dos anjos na noite do
nascimento de Cristo – Glória Deus na alturas e paz na terra aos homens por ele
amados (Lc 1,14); b)- Os louvores a Deus
Pai: Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos ...; c)- Os louvores seguidos de súplicas e aclamações
a Cristo: Senhor Jesus Cristo. Não é um hino trinitário. O ideal é que se cante
o texto indicado no Missal para a celebração eucarística e não substitui-lo por
breves aclamações trinitárias.
2.13. Oração do dia /
Coleta. Ela
é súplica do povo sacerdotal que se abre ao diálogo da aliança - apresentando suas necessidades em prece. É
oração de quem preside. Precedida de um breve silêncio, a oração pessoal de
cada participante, integra-se na oração de toda a assembleia proclamada pela
voz do ministro que preside. Com o amém o povo se associa à oração da Igreja, a
faz sua oração.
2.14. O que destacar nos ritos iniciais da
celebração eucarística? A acolhida
alegre e fraterna das pessoas; o clima orante e de tranquilidade; a organização
do espaço celebrativo; tudo o que favoreça a constituição de um povo celebrante
(a assembleia); o mistério celebrado; a harmonia da equipe de liturgia,
cantores e quem preside;
3. LITURGIA DA PALAVRA
A Liturgia sagrada “é o espaço
privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao
seu povo, que escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza,
impregnada da Sagrada Escritura”(Verbum Domini 52). Por essa razão, o Vaticano II definiu: “A mesa da Palavra de Deus seja preparada com
mais abundância para os fiéis, os tesouros bíblicos sejam largamente abertos ao
povo” (SC 24) 35). “É preciso fomentar aquele amor suave e vivo afeto pela Sagrada Escritura. Na celebração litúrgica é
máxima a importância da Sagrada Escritura” (SC 24). Na Missa: primeiro nos
encontramos e comungamos” com Cristo PALAVRA VIVA e depois “ e comungamos” o Corpo
de Cristo, o “Cristo pão partido” pela nossa salvação.
3.1. A ESTRUTURA DA LITURGIA DA PALAVRA (para os domingos e
dias festivos): 1ª Leitura (Antigo.Testamento ou dos Atos do Apóstolos); O
Salmo Responsorial (resposta orante do povo); 2ª Leitura (Cartas dos Apóstolos
e Apocalipse de João); Aclamação ao Evangelho (expressão de
alegria);Proclamação do Evangelho; Homilia (atualização da Palavra); Creio
(resposta de fé à Palavra); Oração dos Fiéis.
3.2. A 1ª Leitura é uma passagem tirada do Antigo Testamento,
escolhida em função do Evangelho do dia. No tempo pascal a 1ª Leitura é tirada
dos Atos dos Apóstolos. Não deve ser cancelada ou substituída. Ele prepara a
comunidade para acolher Jesus Cristo.
3.3. O Salmo Responsorial
– é parte integrante da liturgia da palavra. Faz eco e ressonância à 1ª
leitura. Prolonga, em tom contemplativo, a leitura anterior. Sua importância litúrgica e pastoral requer
iniciação ao sentido espiritual para meditá-lo em profundidade. O ideal que seja cantado ou, pelo menos, que
sua antífona seja cantada pela assembleia e as estrofes recitadas por um
salmista.
3.4. A 2ª Leitura – extraída dos
escritos dos Apóstolos. Revela como as primeiras comunidades cristãs viveram a
Boa nova de Jesus Cristo e como nós a deveríamos viver hoje.
3.5. A aclamação ao Evangelho – Canta-se o Aleluia
ou outro louvor a Cristo, conforme exige o tempo litúrgico. O canto do Aleluia
(louvor ao Senhor) expressa a alegria da assembleia que acolhe o Cristo que vai
falar. Ala o aclama e professa nele sua fé. É canto de toda a assembleia. Não
se canta aleluia no tempo quaresmal.
3.6. A proclamação do Evangelho – a proclamação do
evangelho é sempre o ponto alto da Liturgia da Palavra, para o qual, a
assembleia se prepara com as outras leituras. A proclamação do Evangelho deve
ser cercada da maior veneração, tanto da parte do ministro quanto por parte da
assembleia que, pela aclamação, reconhece e professa a fé na presença de Cristo
que anunciou a boa nova da salvação.
3.7. A homilia (conversa familiar) - é parte da liturgia da palavra, interpreta as
leituras bíblicas dentro da realidade atual, tem o mistério de Cristo como
centro do anúncio e faz ligação com a liturgia eucarística e com a vida. A
qualidade da homilia favorecerá a compreensão e a eficácia mais ampla da
Palavra de Deus na vida dos fiéis (VD 59).
3.8. A Profissão de fé (o Creio) -
tem por finalidade levar a assembleia a dar uma resposta de fé à Palavra
de Deus proclamada e explicada pela homilia, bem como, recordar e professar os
grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração da ação de graças - a
Eucaristia.
3.9. A oração universal ou dos fiéis - a assembleia responde à Palavra de Deus.
acolhida na fé elevando preces a Deus pela salvação de todos. A comunidade reza
pela Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os
seres humanos e pela salvação do mundo inteiro (IGMR 69).
3.10. O que destacar na Liturgia da Palavra? O clima de efetiva
ESCUTA; o ministério do leitor, do salmista, de quem proclama o Evangelho e
profere a homilia; Valorizar a mesa da Palavra – como lugar da proclamação das
leituras, o evangelho, canto do salmo, a homilia e as preces dos fiéis; o Livro
da Palavra (e não o folheto); zelar pelas atitudes corporais dos ministros, o
tom da voz, a postura e atitudes diante da mesa da Palavra; aprimorar a
comunicação e qualidade da proclamação;
4. LITURGIA EUCARÍSTICA
Da “mesa da Palavra”, a assembleia
desloca sua atenção à “mesa da eucaristia”
(o altar). A liturgia da palavra e a liturgia eucarística nos ajudam a viver o
único encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Para vivermos e compreendermos a
missa, será necessário ter presente a última ceia de Jesus com seus discípulos.
Naquela noite, ele instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue.
Confia à Igreja, a Comunidade Cristã, o emorial, isto é, a lembrança viva,
capaz de tornar presente em todos os tempos e lugares, o sacrifício da Cruz, o
mistério da sua morte e ressurreição (SC 47). “Façam isto tudo em memória de mim”. A liturgia eucarística se
organiza a partir das palavras de Jesus: “tomou o pão e o cálice com vinho” =>
preparação das ofertas; “deu graças ao Pai” => oração eucarística; “partiu o
pão” => a fração do pão e canto do cordeiro de Deus; “deu o pão e o cálice
com vinho aos seus discípulos” => comunhão.
4.1. “Ele
tomou o pão e o cálice”: A primeira
ação que realizamos na Liturgia Eucarística é preparar a mesa e apresentar os
alimentos. Pão e vinho, frutos da terra e do trabalho humano, são os elementos
essenciais, trazidos e colocados sobre o altar. Dons que representam toda a
realidade de vida do povo e do universo.
A preparação da mesa (o altar) e a apresentação das oferendas é sempre
um momento de alegria, de gratidão, de disponibilidade para fazer de nossa vida
um dom a serviço de Deus e dos irmãos.
4.2. A coleta de dons: de forma calma e serena, estando todos
sentados, organiza-se a coleta de dons. Estes e outras expressões simbólicas da
comunidade serão levados, em procissão, juntamente com o pão e o vinho e
depositados junto ao altar. A coleta de dinheiro ou outros de outros donativos
(alimentos, roupas...) é expressão da comunhão de pessoas capazes de pôr em
comum o que são e o que possuem;, manifesta a atitude de gratidão pelos dons
recebidos do Senhor; a fé e a confiança na divina providência. O gesto da
coleta deveria se breve.
4.3. O canto de
apresentação das oferendas: Este canto, que acompanha o gesto de colocar os bens em
comum, para as necessidades da comunidade (Rm 12,1-2; Ef 4,28; IGMR 74). Expressa
a disposição do povo sacerdotal oferecer
sua vida, sua luta e trabalho ao Senhor. Outras vezes, não havendo coleta e
procissão, a assembleia poderá acompanhar a apresentação dos dons, feita pelo sacerdote e cantar: “bendito seja Deus para
sempre!” ou em silêncio ouvindo uma música instrumental.
4.4. Os dois pequenos gestos: das
gotas de água no cálice: união de
Cristo e da humanidade. A obra da salvação é fruto da colaboração entre
Cristo e a humanidade; do lavar as mãos:
gesto de quem preside preparando-se espiritualmente para presidir a grande ação
de graças e oferta de louvor, a oração Eucarística. É gesto ritual só de quem
preside.
4.5. Pelo Orai irmãos e irmãs ... Trata-se de um
convite à assembleia para que se una à oração do ministro que preside. A
assembleia é convidada a unir-se à oração de ação de graças proferida pelo
sacerdote.
4.6. A oração sobre as oferendas:. Esta oração expressa
os motivos da ação de graças, a partir do sentido das oferendas do pão e do
vinho e desperta nos fiéis as atitudes interiores da gratuidade e da entrega
confiante em união com o sacrifício de
Cristo na cruz. A assembleia adere respondendo com um convicto Amém!
5. “Ele deu graças” – Oração Eucarística
A oração eucarística, centro e ápice de toda
a celebração, prece de ação de graças e santificação (IGMR 78). Dar graças
(eucaristia) é proclamar a fidelidade de Deus. A oração eucarística se
constitui na grande e solene prece de aliança, na qual recordamos a ação salvadora
de Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo.
5.1. Convite à ação de graças: “corações ao alto”,
a entrar no clima relacional requerido pela celebração eucarística no início da
grande prece de ação de graças. “Demos graças ao Senhor, nosso Deus” – por
aquilo que foi feito por nós e que estamos realizando, o memorial nesta
liturgia, pelo qual devemos dar graças a Deus, fonte de todos os bens.
5.2. O prefácio: A ação de graças tem início com o prefácio.
Proclamam-se os motivos da ação de
graças pelas ações salvadoras de Deus no ontem, no hoje e no amanhã, tendo
presente o tempo litúrgico, as festas do Senhor, da Virgem Maria e dos Santos e
outras comemorações. Narrados
os motivos da ação de graças, a assembleia é convidada para a aclamação Santo,
Santo, Santo.
5.3. A aclamação do Santo, Santo: O Santo é o hino dos anjos do céu e de todo o
universo criado. É o hino dos serafins na visão de Isaías no templo (Is 6,3).
Bendito o que vem em nome do Senhor... é o canto dos querubins, na visão de Ez
3,12: "Bendita seja a Glória do Senhor desde a sua morada!." As criaturas da terra e os anjos do céu
reconhecem e cantam a grandeza de Deus. O cântico do Santo expressa a unidade
da Igreja terrena com a assembleia do céu. Desse modo, nosso louvor terreno e
frágil se reveste de todo o vigor dos louvores eternos. “O Céu e a terra,
unidos, proclamam o louvor de Deus. Hosana nas alturas!” O Santo é uma
aclamação que requer a participação de toda a assembleia e dado o seu sentido, não
é conveniente substituir o texto do Santo do Missal por outras composições.
5.4. Elementos da Oração Eucarística: após a proclamação
do prefácio e da aclamação do Santo, a oração eucarística se compõe dos seguintes
elementos:
a. 1ª Invocação do Espírito Santo (epíclese): súplica orante da Igreja ao Pai para que
derrame o Espírito Santo e transforme os dons de pão e de vinho no Corpo e no
Sangue de Cristo.
b. A narração da Instituição da eucaristia (consagração):. Ao
relato segue as palavras pronunciadas por Jesus na instituição eucarística.
Estas palavras são consideradas como de consagração e por elas realiza-se a
presença de Cristo sob as espécies do pão e do vinho (cf IGMR 79.d).
c. Eis o Mistério da fé
(aclamação anamnética). A resposta da assembleia revela o mistério
central da ação de graças: a morte-ressurreição do Senhor, O grande mistério da
de fé, acontecendo no curso da história até a plenitude.
d. A anamnesis (memorial): Após a narrativa da
instituição e do eis o mistério da fé, a Igreja faz memória do Cristo
crucificado, ressuscitado e glorificado. A oração eucarística é ação de graças
e de louvor ao Pai pela páscoa de Jesus Cristo.
e. O grande ofertório: a Igreja oferece ao Pai o sacrifício do
próprio Jesus Cristo: “nós vos oferecemos, ó Pai o sacrifício de vosso Filho”.
f. A 2ª Invocação do Espírito Santo: a Igreja pede ao
Pai que envie o Espírito Santo sobre a comunidade reunida, que aqueles que
“participarão do Corpo e Sangue de Cristo, sejam transformados pelo Espírito
num só corpo” – Igreja corpo de Cristo!
g. Os lembrai-vos, ó Pai.
1º . pede-se pela Igreja (o Papa, o Bispo ...Igreja terrena). 2º.
Pede-se pelos falecidos para que seja acolhidos na glória; 3º pede-se pela
comunidade presente a fim de que chegue, com Maria e os Santo à gloria celeste.
h. A doxologia: o Por Cristo, com Cristo e em Cristo. Ponto
alto e síntese da ação de graças - da
oração eucarística. Com a grande
elevação e aclamação de louvor, encerra-se a oração eucarística,. Transbordando
de alegria, a assembleia é tomada por uma profunda admiração e gratidão por
tudo aquilo que Deus é e faz- manifesta-se com o vibrante canto do “Amém!” (“Sim,
“Estamos de acordo. Assinamos. AMÉM”! -
no dizer de santo Agostinho).
i. As Aclamações da Assembleia: A oração eucarística
é proclamada pelo sacerdote, mas a assembleia toda tem um papel ativo. Nas 14
orações eucarísticas do Missal Brasileiro constam várias aclamações da
assembleia. Elas são expressão da participação ativa do povo sacerdotal. O
ideal é que sejam cantadas pela assembleia (aos domingos e dias de festa) ou
pelo menos recitadas (na semana).
5 RITOS DE COMUNHÃO - .“Ele partiu o pão
e o deu aos seus discípulos”
Após
a Oração Eucarística, encontramos os ritos de comunhão, na seguinte sequência:
Pai nosso, oração e gesto de paz; a Fração do Pão acompanhada do canto do
Cordeiro de Deus, a comunhão acompanhada pelo canto de comunhão, momento de
silêncio e oração após a comunhão.
5.1. O Pai-nosso: é uma oração de comunhão num sentido eucarístico. O “pão
nosso de cada dia” – de hoje e de amanhã – necessário à nossa vida. É uma
síntese da oração eucarística (seja
feita a vossa vontade, atitude básica de Cristo e do cristão). Na Oração do Senhor reconhecemos que Deus é
Pai e todos são seus filhos e filhas- Pedimos pelo pão de cada dia, o perdão
dos pecados, a reconciliação e a libertação de todo o mal. O embolismo – O padre reza: “livrai-nos, ó Pai ”: é
uma oração que prolonga o último pedido do Pai nosso. A assembleia responde: ao encontro de Cristo Salvador – com a
conclusão: “vosso é o reino, o poder e a glória
para sempre”! Na missa, o Pai nosso não termina com o Amém!
5.2. Oração e gesto de paz: Súplica e gesto que
expressa a comunhão eclesial. É um rito importante e precisa ser feito com
autenticidade. Não se recomenda cantar, abraçar e bater palmas ao mesmo tempo.
Se oportuno e
dada a situação pastoral, o gesto de paz pode ser deslocado para outros
momentos da celebração (cf
CNBB, doc. 43. n. 313).
5.3. A Fração do Pão:
O
Pão partido é o Corpo de Cristo. Rito que expressa a total doação de Jesus:
“pão que se multiplica para que todos tenham vida e vida em abundância”. O canto
do Cordeiro de Deus acompanha “o
gesto da fração do pão”. É canto que evoca o mistério pascal. Comer do pão
partido é comungar do mistério da páscoa de Cristo Jesus. O canto do Cordeiro
de Deus pode-se repetir quantas vezes forem necessárias até a conclusão do
rito. A última invocação se conclui com as palavras dai-nos a paz (cf CNBB.
Guia Litúrgico Pastoral. p. 29).
5.4. A Comunhão (deu o pão – tomai e
comei; tomai e bebei). A celebração eucarística chega ao seu momento
culminante: a preparação das oferendas, a ação de graças e os ritos de comunhão
formam um todo. O
rito da comunhão é preparada: por uma breve oração silenciosa do sacerdote e
dos fiéis; pelo convite: “Felizes
os convidados à ceia do Senhor ...”; A resposta da assembleia manifesta que só
na humildade se chega ao banquete do Cordeiro pascal (cf MT 8,8).
5.5. Procissão de comunhão: Comungar é uma ação comunitária. A
procissão conduz a assembleia ao altar, para que recebendo o pão e o vinho
eucaristizados, acolha o dom de Deus, seu Filho que nos vivificou por sua morte
e ressurreição e continua nos alimentando pela força do Espírito Santo em cada
celebração. Nós
nos aproximamos do altar (Cristo) e dele recebemos o alimento que nos dá a
vida. Servir a comunhão faz parte do ministério de quem preside, em nome de
Cristo, ele é o principal servidor da assembleia.
5.6. O Canto de Comunhão: durante a comunhão pode-se entoar um
hino (canto) que exprima: a união espiritual dos comungantes; a alegria dos
corações e a fraternidade da assembleia. O canto, que pode retomar o evangelho
do dia, garante a unidade das duas mesas (palavra e eucaristia). Cantos de
adoração ao Santíssimo e cantos de cunho intimista e individualista ou
temáticos não expressam a grandeza da comunhão eucarística. Portanto, não devem ser cantados na comunhão
eucarística.
5.7. Breve momento de silêncio: Concluída a
distribuição da comunhão, é recomendável um breve momento de silêncio (sem
explicações do porquê do silêncio). É um tempo precioso de intimidade e diálogo
com o Senhor. No silêncio de mergulhar no mistério da comum-união com Jesus
Cristo.
5.8. A purificação dos vasos sagrados: A purificação dos
vasos sagrados é feita pelo sacerdote e pode ser realizada pelos ministros
extraordinários da comunhão (cf IGMR 192; 270; 279). É recomendável que seja
feita com dignidade e na credencia situada próxima do altar ou na sacristia.
5.9. A Oração depois da comunhão: A oração depois da comunhão encerra o rito da
comunhão. É uma oração voltada mais para a missão no mundo, que de
agradecimento. É uma súplica a Deus: “que possamos viver, alimentados pela
Eucaristia, no cotidiano e em meio às atividades, o que experimentamos na
celebração eucarística”.
6. Ritos Finais – Ide à missão. Ide em paz!
“O
Mistério da Eucaristia habilita-nos e impele-nos a um compromisso corajoso nas
estruturas deste mundo para lhes conferir aquela novidade de relações que tem a
fonte no dom de Deus” (SacrC 91).
6.1. Avisos: referentes à vida das comunidades. Devem ser
feitos com clareza e objetividade (não
explicar o aviso). Não há necessidade em todas as celebrações convidar para
esta ou aquela reunião ou encontro. Cuidado: o pessoal percebe que não há
resposta, logo deduzem que não é coisa importante.
6.2. Homenagens ... que seja autênticas
homenagens e não leituras no celular.... É bom lembrar que a melhor homenagem é
a própria celebração.. Se for feito algo nos ritos finais, devem ser breves.
Ver se é oportuno fazer certas encenações, coreografias etc a partir de uma
música de um CD....! Certas homenagens é melhor fazê-las após a missa e num
lugar adequado e até com uma partilha.
6.3. O canto final: se parecer oportuno, apesar de não estar
previsto no ritual da missa, pode manifestar, uma vez mais, a alegria e
compromisso de viver como “cristãos eucarísticos”. É um momento para se entoar
um hino a Nossa Senhora ou aos santos/as, nossos/as padroeiros/as. Depois que o
sacerdote proferiu o “ide em paz e o Senhor vos acompanhe”!
6.4. Bênção final: a
bênção expressa que o mistério celebrado na ação ritual se prolonga na vida
cotidiana do povo em todas as suas dimensões. O sacerdote, que agiu na
celebração em nome Jesus Cristo, agora, também em nome de Cristo e de Deus,
abençoa e envia.